Era uma tarde de Domingo. Depois de ter vivido um dia bem agitado e estando em casa fui me entreter com um cão. Ainda filhote, mas obedecia a comandos. Caminhamos em círculo: eu na frente e ele me acompanhando. Às vezes, queria passar à minha frente. Ao ralha-lo voltava a seguir-me.
O compasso dos nossos passos era conduzido com alguns estalar de dedos, sempre que ele se fazia tardio ou disperso. Retomava o caminho e seguimos o caminhar. Quanto mais tempo passava… Ele ia se aperfeiçoando e obedecendo meus comandos.
Um fato que me saltou aos olhos foi o seu instinto selvagem em querer o tempo todo passar debaixo de minhas. Tentou até pular em mim. Com meu comando não repetiu o ato. No entanto, passar debaixo de minhas pernas ele insistentemente repetia. Aliás, nesse ponto não bastava nenhum comando.
Eu quis mudar de estratégia. Coloquei-lhe a coleira com uma corrente. Fomos caminhar no canteiro do jardim. Com a coleira ele ficou “histérico” com pulos, abandas de rabo e se esforçando na corrente. Vendo a rua com os carros se movendo rapidamente ambicionou-a. Não foi, pois a corrente e as grades o impediu.
O que este entretenimento me ensinou é digno destas linhas… Primeiramente observo o nosso caminhar em círculo. Eu estava sempre á frente. Poucas vezes procurou estar em minha posição; depois o que me intrigou foi que ao colocar a coleira e a corrente ele deixou de me seguir. Esforçava ao extremo para me arrastar.
Pergunto: será que ele “sabia” que aquela era a forma de caminhar quando se está acorrentado? Não tenho resposta. Mas sei que a partir daquele instante o cão mudou de comportamento e nem mais apetecia passar debaixo de minhas pernas.
A conclusão que tiro não é em si mesma a única, ao passo que acredito que os fatos apresentados não traz nada de extraordinário. Os animais agem por instinto e ao agir o seu comportamento pode mudar. O que houve com o cão foi uma mudança de comportamento. Assim, vos indago: você está mudando ou continua parado e amarrado com as correntes de comportamento que a sociedade lhe impõe? Você vale muito mais que em cão. Então, mude!
Fonte: Padre Joacir S. d’Abadia